Prefeito Cristian protocola pedido de impeachment da vereadora Jussara Caçapava e sofre agressão na Câmara

 



                                    


O cenário político de Cachoeirinha voltou a tensionar nesta segunda, quando o prefeito Cristian Wasem (MDB) apresentou, em seu CPF, um pedido de impeachment contra a presidente da Câmara, Jussara Caçapava (Avante). A ação ocorre em meio a denúncias de irregularidades, confronto no Legislativo e disputas paralelas pelo comando do município. As informações têm como origem o jornalista Rafael Martinelli, em matéria publicada no site Seguinte:.


Pedido de impeachment é apresentado após confusão no Legislativo

Cristian formalizou o protocolo na Câmara horas depois de relatar ter sido atingido por uma garrafa de água arremessada por Ildo Jr., ex-secretário municipal e filho do falecido vereador Ildo Caçapava, marido da presidente do Legislativo. O prefeito registrou ocorrência policial, a Brigada Militar foi acionada e sua equipe afirma que adversários tomaram o celular usado para registrar a confusão.

O momento é particularmente sensível porque Cristian e o vice-prefeito Delegado João Paulo Martins (PP) enfrentam dois processos de cassação em andamento na Câmara. Caso o plenário decida pela perda de mandato, Jussara assumiria a Prefeitura.

Antes do protocolo, Cristian e João Paulo concederam um pronunciamento no Hotel Alano, acompanhados por escolta da Brigada Militar. Eles afirmaram que os processos que enfrentam decorrem de um golpe político e defenderam que a atual gestão recuperou a imagem financeira, administrativa e institucional do município desde 2021, quando Cristian assumiu após o afastamento de Miki Breier.

O prefeito reiterou que entregou seu celular com senha em todas as investigações, afirmou que alguns envolvidos podem tentar destruir provas e disse que sua gestão “fechou as portas para a corrupção”. Também destacou problemas em licitações, contratações emergenciais e falta de transparência na Câmara.


Denúncia apresenta suspeitas em sete contratos

A denúncia entregue por Cristian tem mais de 30 páginas e sustenta que a presidência da Câmara praticou uma série de irregularidades. O documento cita violações à Lei 14.133/21, dispensa sem amparo legal, ausência de documentos obrigatórios, possíveis conflitos de interesse, preços elevados, atos praticados antes de homologações e falta de publicidade.

Entre os sete contratos destacados:


Dispensa 1/2025: contratação para laudo estrutural com empresa sem registro técnico, ausência de orçamentos e relatório datado antes da abertura do processo.

Dispensa 5/2025: obra elétrica de R$ 634 mil realizada por empresa de telecomunicações, sem projeto básico e com orçamentos ocultos.

Dispensa 17/2025: reforma que ultrapassou R$ 1 milhão, com empresa recém-criada e suposto conflito de interesses na emissão do laudo e execução.

Concorrência 1/2025: contrato de R$ 2 milhões para publicidade, com vícios, inconsistências e documentos ausentes no Portal Transparência.

Dispensa 29/2025: serviço de segurança armada sem comprovação de urgência e empresa sem autorização da Polícia Federal.

Dispensa 25/2025: contratação para serviços de copa com valores 60% superiores ao contrato anterior.

Dispensas 15/2025, 31/2025, 33/2025 e 36/2025: série de serviços atribuídos à mesma empresa, com valores até 570% maiores e sem comprovação completa dos serviços.

Cristian afirmou que levará o material ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas do Estado e ao DEIC. Disse ainda que a gestão não aceitará pressões políticas e que pretende atuar de maneira transparente.


Processos na Câmara seguem ritmo acelerado

A movimentação desta segunda ocorre dias após a Comissão Processante rejeitar todos os argumentos apresentados pelas defesas de Cristian e João Paulo e decidir pelo prosseguimento dos processos. O caso agora entra na fase de instrução, que pode durar até 90 dias, com possibilidade de depoimentos, análises técnicas e juntada de documentos.

Ao final dessa etapa, a comissão poderá recomendar cassação ou arquivamento. Se o relatório for ao plenário, são necessários 12 votos entre os 17 vereadores para aprovação, número que já foi alcançado nas votações iniciais.

Caso o pedido contra Jussara seja aceito, o rito será o mesmo.


O outro lado

Foi emitido uma nota pelo Poder Legislativo onde repudia o pedido de impeachment da vereadora Jussara, dizendo que o pedido é sem qualquer fundamento e fora da realidade administrativa da Câmara. 

A nota acusa que as denúncias de supostas irregularidades apontadas pelo Prefeito sobre a gestão da Câmara, não condizem com a realidade, pois os processos são todos de cristalina retidão, e diz que será provado o contrário nas próximas horas.


Publicado às 22h08 - 24/11/2025

Postar um comentário

0 Comentários