A operação Sem Desconto expôs um esquema de fraudes que atingiu milhões de aposentados e pensionistas do INSS, levando à queda de autoridades e à abertura de um canal permanente para reembolso dos descontos irregulares.
Operação sem desconto: o que motivou a onda de reembolsos
Mais de 1,74 milhão de aposentados e pensionistas do INSS solicitaram reembolso de descontos indevidos feitos por entidades associativas, segundo dados divulgados pelo Instituto até as 17h da última terça-feira (20). A ação é resultado direto da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), que revelou um esquema de fraudes em mensalidades cobradas por associações e sindicatos.
Esses valores eram descontados automaticamente dos benefícios dos segurados, sem a devida autorização, o que gerou indignação nacional e mobilizou os canais oficiais de atendimento.
41 entidades investigadas e quase 9 milhões de notificações
Até o momento, 41 entidades associativas estão sendo investigadas. Elas mantinham ou mantiveram convênios com o INSS para realizar descontos diretamente na folha de pagamento dos beneficiários. Cerca de 9 milhões de segurados foram notificados pela Previdência Social a respeito desses descontos.
A partir da notificação, os beneficiários puderam identificar a entidade que fez a cobrança indevida utilizando o serviço Consultar Descontos de Entidades Associativas, disponível no aplicativo Meu INSS.
Autorizações confirmadas e canais de solicitação
Apesar da avalanche de solicitações, 35.854 segurados confirmaram que autorizaram os descontos. O restante dos mais de 1,7 milhão de pedidos levanta suspeitas de irregularidades. A consulta sobre a existência de desconto foi feita majoritariamente (91,6%) pelo aplicativo Meu INSS, enquanto os demais utilizaram a central telefônica 135.
Vale destacar que o prazo para solicitar o reembolso é indeterminado, permitindo que novos beneficiários ainda possam verificar e, se necessário, pedir a devolução dos valores.
Crise institucional e mudanças no governo
A repercussão da operação levou à queda do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e de outros dirigentes. Além disso, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), pediu demissão, sendo substituído pelo secretário executivo Wolney Queiroz, que assumiu oficialmente o cargo no dia 2 de maio.
As investigações também apontam para possíveis crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e enriquecimento ilícito, com envolvimento de servidores públicos.
Conclusão: transparência e vigilância permanente
E você, já verificou se há descontos indevidos no seu benefício do INSS?
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