A Justiça do Rio Grande do Sul decidiu que Gisele Beatriz Dias, de 42 anos, será julgada pelo Tribunal do Júri pelos assassinatos das filhas gêmeas Manuela e Antonia Pereira, de apenas 6 anos, em Igrejinha, no Vale do Paranhana. As meninas foram encontradas mortas com um intervalo de oito dias, em outubro do ano passado. A decisão é do juiz Diogo Bononi Freitas, da Vara Criminal da Comarca de Igrejinha, que considerou haver fortes indícios de que Gisele cometeu o crime por asfixia enquanto tinha a guarda exclusiva das crianças.
Ré responderá por duplo feminicídio qualificado e outros crimes
Gisele responderá por duplo feminicídio qualificado, além dos crimes de denunciação caluniosa e submeter crianças a vexame e constrangimento, conforme previsto no Código Penal e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A acusada segue presa preventivamente na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba.
O Ministério Público sustenta que a motivação foi passional: ciúmes e vingança contra o ex-companheiro, pai das meninas. Ao todo, 25 testemunhas foram ouvidas, entre médicos, peritos, vizinhos, familiares e professores, revelando um histórico de frieza emocional, consumo de drogas e distanciamento afetivo da mãe em relação às crianças.
Laudos apontam sinais de asfixia
Apesar dos laudos médicos não apontarem com exatidão a causa das mortes, foram identificados indícios compatíveis com asfixia, como hemorragia pulmonar e edema alveolar. O juiz destacou ser “extremamente improvável que duas crianças saudáveis morram subitamente em intervalo tão curto sem evidência de doença”, sustentando as qualificadoras de feminicídio, motivo torpe, meio cruel e dissimulação.
Defesa questiona a decisão
A defesa de Gisele recorreu da decisão, alegando suspeição do processo e questionando a imparcialidade do julgamento. O recurso está em análise pelo Tribunal de Justiça do Estado e aguarda parecer do Ministério Público. A data do júri popular ainda não foi definida.
0 Comentários