Cooperação Brasil China envia satélite ao espaço




O CBERS-04A é o sexto satélite desenvolvido por meio de uma parceria entre Brasil e China que completou 31 anos em 2019



Dois novos satélites brasileiros foram colocados em órbita na madrugada desta sexta-feira (20): o satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS-04A) e o cubesat FloripaSat-1. Os dois equipamentos serão lançados do Centro de Lançamento de Satélites de Taiyuan (TSLC), na China, localizado na província de Shanxi, a 700 km do sudoeste de Pequim, por meio do veículo lançador Longa-Marcha 4B.

O CBERS-04A é o sexto satélite desenvolvido por meio de uma parceria entre Brasil e China que completou 31 anos em 2019. Coordenado pela Agência Espacial Brasileira (AEB) - autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) - e pela Administração Nacional Espacial da China (CNSA), o programa CBERS tem como executores o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST). A montagem, integração e os testes do CBERS-04A foram totalmente realizados no Laboratório de Integração e Testes do INPE, em São José dos Campos (SP).

Com foco em sensoriamento remoto, o CBERS 04A levará a bordo duas câmeras brasileiras (MUX e WFI) e uma chinesa (WPM). A MUX (Câmera Multiespectral Regular) irá gerar imagens de 16 metros de resolução, com reprodução de imagem de um mesmo local a cada 31 dias. A WFI (Câmera de Campo Largo) possui resolução de 55 metros e revisita de 5 dias, enquanto a WPM (Câmera Multiespectral e Pancromática de Ampla Varredura), conta com resolução de 2 metros, em modo pancromático, e de 8 metros em RGB (Red-Green-Blue). As especificações do satélite sino-brasileiro são similares às dos programas de sensoriamento remoto orbital mais utilizados em todo o mundo, como Landsat (Estados Unidos), Resourcesat (Índia) e Copernicus (União Europeia). O CBERS-04A irá operar numa órbita sol-síncrona, recorrente e congelada.

As imagens do CBERS-04A são utilizadas em projetos nacionais estratégicos, como o Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia (Prodes), de avaliação do desflorestamento na Amazônia. Outro projeto que utiliza as imagens do satélite é o Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (DETER), que avalia o desflorestamento em tempo real.

FloripaSat-1

Já o pequeno cubesat de pesquisa e desenvolvimento tecnológico FloripaSat-1, com o formato de um cubo com 10 cm de lado, vai pegar carona no lançamento do CBERS-04A. Com vida útil estimada em aproximadamente dois anos, o cubesat é uma iniciativa de professores, estudantes de graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB), por meio do programa Uniespaço.

O pequeno satélite incorpora um módulo que permite que os radioamadores de todo o mundo se comuniquem diretamente com os satélites, em regiões remotas como florestas, desertos, oceanos ou em situações de catástrofes, como o rompimento da barragem de Brumadinho (MG), em que a comunicação não é interrompida e possibilita enviar e receber sinais de emergência.

Além disso, o cubesat tem por objetivo envolver estudantes em uma missão espacial completa, desenvolvendo todos os módulos de um nanosatélite e sua própria estação terrestre de comunicação.


Via MCTIC/Foto: Zheng Taotao/Xinhua



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