Crime chocante foi motivado por ciúmes, disputa religiosa e ocultação de relação com menor de idade
A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Polícia de Esteio, elucidou um crime bárbaro que chocou a cidade na tarde desta terça-feira (22). Uma jovem mãe de 18 anos, seu bebê de apenas dois meses e um amigo adolescente de 16 anos foram brutalmente assassinados por um pai de santo, que contou com o auxílio de dois adolescentes na ocultação dos corpos. A esposa do religioso também confessou participação nos homicídios, elevando a brutalidade do caso.
A Delegada Marcela Smolenaars, responsável pela investigação, revelou que o crime teve motivações complexas, envolvendo ciúmes da esposa do suspeito e o receio de que o nascimento do bebê, fruto de um relacionamento com a jovem quando ela ainda era menor de idade, comprometesse sua posição como líder religioso. “Foi um crime premeditado, cruel e covarde. Estamos diante de um caso de feminicídio triplamente majorado, com dois homicídios qualificados e corrupção de menores”, destacou a delegada.
Desaparecimento, confissão e ocultação dos corpos
As investigações iniciaram logo após o desaparecimento ser comunicado por uma tia da jovem, na manhã de terça-feira. Em poucas horas, diligências intensas levaram à prisão do pai de santo. Durante o interrogatório, ele acabou confessando o crime, revelando detalhes estarrecedores. Segundo seu depoimento, ele assassinou o adolescente com facadas e sua esposa matou a jovem mãe, também a golpes de faca. O bebê, lançado sobre os corpos da mãe e do amigo, pode ter sido jogado ainda com vida, hipótese que será esclarecida por laudo do Instituto-Geral de Perícias.
Os corpos foram descartados às margens do Rio Sinos, em um buraco coberto por galhos e madeira. A retirada foi feita com auxílio do Corpo de Bombeiros e a preservação da cena foi garantida pela Brigada Militar de Esteio. O veículo usado na desova passou por perícia ainda na noite de terça.
A esposa do pai de santo, ao ver sua casa incendiada por populares revoltados com o crime, decidiu se entregar à polícia, alegando temer pela própria vida e pela segurança da filha do casal, de apenas quatro anos. Em depoimento, ela confirmou que participou ativamente dos assassinatos.
A Polícia Civil representou pela prisão cautelar dos quatro envolvidos. Os dois adolescentes, de 15 e 17 anos, foram apreendidos e suas participações continuam sendo analisadas.
Por André Guterres - com informações PC/RS - foto: divulgação PC/RS
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