Alergias alimentares na infância: como identificar, tratar e prevenir









As alergias alimentares vêm ganhando cada vez mais atenção entre pais e profissionais da saúde. Estima-se que entre 6% e 8% das crianças brasileiras com até 3 anos apresentam algum tipo de alergia alimentar, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Para a pediatra Dra. Mariana Bolonhezi, o aumento na prevalência exige atenção especial desde a introdução alimentar e acompanhamento pediátrico próximo.

Segundo a especialista, existem três tipos principais de alergia alimentar na infância. A mais comum é a alergia imediata, mediada por imunoglobulina E (IgE), que provoca reações de poucos minutos até algumas horas após a ingestão do alimento. Os sintomas vão desde urticária e inchaço na pele até vômitos, chiado no peito e, em casos graves, anafilaxia – uma emergência médica.

Há ainda a alergia alimentar não mediada por IgE, mais frequente nas crianças, mas menos conhecida. Ela costuma se manifestar horas ou até dias após o consumo do alimento e está associada a sintomas como sangue ou muco nas fezes, refluxo severo, diarreia persistente e dermatite. O terceiro tipo é o misto, que reúne características das duas formas anteriores.

Dra. Mariana Bolonhezi



Entre os principais gatilhos estão alimentos como leite de vaca, ovo, soja, trigo, castanhas e frutos do mar. "A introdução alimentar é uma fase crucial. Se após a ingestão de um novo alimento a criança apresentar vermelhidão, coceira, vômito ou alterações intestinais, os pais devem procurar o pediatra para investigação. Em muitos casos, optamos por excluir temporariamente o alimento e, mais tarde, fazer um teste de provocação oral, sempre com supervisão médica", explica a médica.

A Dra. Mariana destaca ainda a importância da janela imunológica, período entre 6 e 12 meses de vida. "Nesse intervalo, a introdução controlada e orientada de alimentos potencialmente alergênicos pode ajudar o organismo da criança a desenvolver tolerância, o que diminui o risco de alergias futuras", orienta.

Com o acompanhamento adequado e um olhar atento dos pais, é possível identificar precocemente sinais de alergia alimentar, evitando agravamentos e promovendo qualidade de vida desde os primeiros anos.

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