Polícia Civil utiliza 380 policiais e desmantela complexo esquema de lavagem de dinheiro na região metropolitana




Na manhã desta terça-feira, 15 de agosto, a Polícia Civil, por intermédio da 1ª Delegacia de Polícia de Gravataí, com o apoio da Brigada Militar, deu início à Operação Car Wash, uma ação de grande envergadura que visa desmantelar um intricado esquema de lavagem de dinheiro associado a uma organização criminosa voltada ao tráfico de entorpecentes. Em um esforço conjunto, cerca de 380 agentes, entre policiais civis e militares, cumpriram três mandados de prisão preventiva e 61 mandados de busca e apreensão em 11 municípios, que abrangem a Região Metropolitana, o interior do Rio Grande do Sul e também o estado de Santa Catarina. Além disso, foram bloqueadas contas bancárias vinculadas a 47 CPFs/CNPJs e cinco imóveis. As ações resultaram na prisão de quatro indivíduos e na apreensão de um significativo montante de ativos, incluindo oito veículos, um jet ski, três armas de fogo e aproximadamente R$ 70 mil.


A investigação, liderada pelo delegado Eduardo Amaral, lançou luz sobre o processo de lavagem de dinheiro que derivava das atividades ilícitas de tráfico de drogas. O modus operandi envolvia aquisição de imóveis, carros de luxo e transações de veículos, com um fluxo intenso de fundos entre contas bancárias. Apenas no último ano, foi identificado um montante alarmante de R$ 17 milhões circulando por meio da compra e venda de automóveis mediante uma empresa de fachada.


A eficácia da Operação Car Wash é visível nos números impressionantes: 124 medidas cautelares executadas, abrangendo mandados de prisão, busca e apreensão, bloqueio de bens e congelamento de ativos em contas bancárias. As cidades alvo da ação incluem Viamão, Garibaldi, Sarandi, Santo Ângelo, Porto Alegre, São Jerônimo, Canoas, Sapucaia, Novo Hamburgo, Estância Velha e Imbituba, em Santa Catarina.


O ponto de partida da investigação remonta a 2022, quando a Brigada Militar e a Polícia Civil estabeleceram um intercâmbio de informações que culminou na Operação Big Fish. Essa primeira fase resultou na prisão de líderes da organização criminosa, cuja base operacional estava situada no Vale do Rio dos Sinos, por tráfico de drogas e associação ao tráfico. Aprofundando as pesquisas e contando com o apoio do aparato de inteligência da Brigada Militar, os investigadores conseguiram desvendar o sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, que demandou 15 meses de meticulosa análise.


Segundo o Delegado Eduardo Amaral, o lucro derivado da comercialização de drogas era transferido para contas bancárias controladas por membros da organização criminosa e seus parentes. Esses fundos eram então investidos em bens móveis e imóveis de alto padrão, carregamentos de entorpecentes e armas de fogo para sustentar as operações ilegais. Uma empresa com sede em Viamão servia como fachada para as transações de compra e venda de veículos, operando como uma espécie de central financeira do esquema. A investigação identificou que essa revenda de automóveis tinha vínculos com mais de 50 membros da facção criminosa, movimentando uma quantia expressiva de mais de R$ 17 milhões em apenas um ano.


A Operação Car Wash representa um passo significativo no combate às redes criminosas que tentam ocultar suas atividades ilícitas via estratagemas de lavagem de dinheiro. O trabalho conjunto da Polícia Civil e da Brigada Militar demonstra a importância da cooperação interinstitucional na aplicação da lei e na busca pela justiça.

Por André Guterres - Foto: divulgação PCRS
Com informações PCRS


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