Fazendo a Mala | Líderes ou heróis? O impacto causado na população por idolatrar governantes


Por Pâmela Matias/Especial Info do Vale
Instagram @fazendoamala


Já faz mais de três anos que vivo em Portugal e desde então acompanho o Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, pelos jornais locais. O atual Presidente português, é também professor de Direito. Seu perfil discreto conquista a população. Marcelo, por sua vez, faz questão de mostrar que é gente como a gente. Há algumas semanas, circulou uma foto, nas redes sociais, do Presidente de Portugal fazendo compras no supermercado de calções e chinelos, sem qualquer segurança por perto. A foto chamou a atenção de jornais do mundo inteiro e muitos ressaltaram sua simplicidade. 

Neste momento, percebi a importância de um governante ser próximo do seu povo. Afinal, elegemos governantes para governar nosso país. Por que após os mesmos serem eleitos, são automaticamente promovidos a super-heroís? Pessoas anormais, que não fazem mais compras no supermercado de calções e chinelos. Que preferem cada vez mais se distanciar da população, vivendo no conforto de suas casas milionárias, ficando alienados da realidade do seu povo. 

Acredito que seja normal defendermos quem zela por nós, cuida e nos protege, caso contrário, não vale a pena o esforço. Sempre disse que brigar por causa de político não valia a pena. Eles não valiam o nosso esforço. Porém, em Portugal consegui ter uma outra visão sobre política. Marcelo Rebelo demonstrou zelar pelo seu povo. Em plena pandemia fechou fronteiras, limitou o tráfego de pessoas e antes mesmo da doença se alastrar pelo país, decidiu o que muitos não tiveram coragem, declarou o Estado de Emergência. Apesar de muitos serem contra esta atitude naquele momento, acabaram por acatar a decisão de Marcelo. 

O Presidente dava diariamente declarações aos jornais portugueses e afirmava que estava ali naquele posto porque era para cuidar de pessoas e que a Economia poderia esperar. Ela conseguiria ser recuperada, com ajuda de todos. O que não conseguiria recuperar eram as vidas. 

Após comparar a situação entre Brasil e Portugal percebi que o Governo Brasileiro falhou com a população, com a saúde pública e acabou por falhar ao governar. O fato de idolatrar governantes faz com que eles sejam cada vez menos cobrados. 

Óbvio que quem nos governa são seres humanos, estão sujeitos a erros, como todos nós. Porém, os erros deles custam caro, muitas vezes pagamos eles com vidas. 

Mas a verdadeira diferença senti quando um governante chorou pela morte de 1.600 pessoas, e quando outro fez piadas quando o total de óbitos passou dos 60 mil no país. Percebi que no fim foi um erro endeusar governantes, quando no fundo seu papel era apenas governar uma nação.

Presidente português no mercado/Foto: divulgação

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