Protocolado o pedido de impeachment de Miki e Maurício na Câmara de Vereadores





A sexta-feira (25), foi de agitação no cenário político de Cachoeirinha com o pedido de impeachment do prefeito Miki Breier e do seu vice, Maurício Medeiros, protocolado na Câmara de Vereadores. A ação foi assinada por Henrique Fonseca e pelo advogado Adriano Luz.


Nas justificativas do pedido de impeachment, que tem 31 páginas, Fonseca e Luz citam a questão do pagamento de uma quantia de quase R$ 150 mil a título de indenizações trabalhistas pagas ao prefeito e ao vice, por férias não tiradas por eles e que foram pagas em janeiro deste ano. Das supostas irregularidades na contratação da empresa que montou o Hospital de Campanha, onde no Tribunal de Contas do Estado já tramita o processo nº 01881-0200/20-9. Um novo elemento na denúncia protocolada na Câmara é o anexo de uma gravação de um médico que atendia no Hospital de Campanha, onde teria feito graves denúncias contra a administração municipal referente aos atendimentos prestados à população e a procedimentos administrativos, que podem ter causado graves prejuízos à vida e a saúde dos cachoeirinhenses, e aos cofres públicos municipais. Esse mesmo médico já teria prestado depoimento na Polícia Federal sobre o mesmo assunto e está disposto a falar abertamente em depoimento na Câmara de Vereadores ou a outros órgãos de investigação.


Elementos como a Operação Proximidade, uma investigação do Ministério Público Estadual que investiga possíveis desvios dos pagamentos feitos pelos serviços de limpeza urbana da cidade, onde segundo o MP, até 45% dos valores pagos pela prefeitura pelos serviços prestados pela empresa que fazia a limpeza urbana da cidade, e que foi afastada por decisão judicial, eram desviados como propina também fazem parte da denúncia protocolada.


Um incêndio nos bastidores


Na parte da manhã já era forte nos bastidores e corredores da Câmara de Vereadores a contrariedade com a derrubada das árvores do canteiro central da Avenida Flores da Cunha para construir a chamada “Ciclovia da Morte” (assim batizada nas redes sociais, por não ter em seu projeto original um guard rail/guarda corpo, que é um item de segurança que é aplicado em rodovias e também em vias urbanas com grande fluxo de veículos como uma medida de segurança, ou seja, uma forma de dar proteção em caso de impacto de veículos e impedir que ele saia da faixa de rolamento em direção a casas, prédios, rios, etc…). A transmissão ao vivo do vereador Mano do Parque e do blogueiro Pensador foi acompanhada não só por assessores, mas por vereadores da base e da oposição. Foi mostrado que as raízes das árvores estavam sendo cortadas, um possível crime ambiental. Foi pedido o laudo de autorização para a realização dos cortes e o mesmo não foi apresentado. A Brigada Militar foi acionada e o caso parou na 1ª Delegacia de Polícia, com a presença dos advogados Jeferson Lazarotto e do Dr. Rubinho.


A TV Record esteve ontem em Cachoeirinha e pela parte da manhã já tinha feito uma reportagem sobre a ciclovia, onde as manifestações contrárias à obra foram abordadas pelo apresentador do Balanço Geral, que se mostrou favorável à obra, mas totalmente contrário à derrubada das árvores.


Após o pedido de impeachment ser protocolado na parte da tarde, um áudio de despedida foi lançado no grupo dos vereadores, onde Otoniel Gomes, que exercia a vereança no lugar de Francisco Belarmino Dias (Major) se despediu do grupo, pois foi informado que o titular da vaga estava voltando. Otoniel é o primeiro suplente do MDB e assumiu a cadeira de vereador quando Major assumiu o comando da secretaria de Desenvolvimento e Meio Ambiente. Na última sessão, Otoniel e Brinaldo Mesquita votaram contra o governo em um projeto da prefeitura que retirava a transparência dos gastos de publicidade em peças veiculadas em jornais, revistas, internet, rádio e TV. O novo projeto tira a obrigação da prefeitura de informar em cada peça divulgada o valor gasto com o mesmo. O que gerou diversas críticas nas redes sociais, mas que não foram ouvidas pela maioria dos vereadores, que aprovaram o retrocesso na transparência dos gastos públicos.


Otoniel recebeu o apoio de boa parte dos vereadores da base, que estão descontentes com o andamento dos rumos do governo. A impressão no meio político é que a volta de Major para a Câmara de Vereadores seria para votar contra a abertura da investigação do pedido de impeachment, já que Otoniel deu sinais claros de que era favorável a investigar qualquer tipo de denúncia que fosse apresentada no Poder Legislativo Municipal.


Posicionamentos


Nas páginas oficiais do prefeito, do vice e da prefeitura, nenhuma postagem foi feita falando diretamente sobre o caso do pedido de impeachment. O prefeito chegou a publicar um vídeo de 1min56seg em sua página no Facebook na noite de ontem com a legenda: “Governar uma cidade requer trabalho, enfrentamentos e determinação. Seguimos com respeito, coragem e fé por uma Cachoeirinha melhor para se viver! “, mas não chegou a abordar o tema explicitamente. Ele falou sobre ser “um homem de fé” e dizer que ser “um homem é público é estar exposto a cobranças, dar explicações e tomar decisões que não agradam a todos”. Miki também disse que “foi reeleito porque a maioria da população entendeu que as mudanças que estamos promovendo não podiam parar, que quando se muda coisas que ninguém nunca teve coragem de tocar, o jogo sujo aparece, assim como o pior lado da política…”. Caso venha a ocorrer um posicionamento direto sobre o fato, a matéria será atualizada.


A oposição no último pleito somou quase 40 mil votos, sem falar nos votos brancos, nulos e abstenções. Rubinho, que ficou em segundo lugar, teve uma diferença de apenas 314 votos para Miki.


O que esperar nos próximos dias?


Fontes da base dizem que reuniões devem ocorrer neste final de semana com os vereadores que apoiam a atual administração e lideranças partidárias para articular que o pedido de impeachment não seja aprovado e suas respectivas investigações pela Câmara. Ano passado um vereador que foi reeleito chegou a dizer que colocava sua mão no fogo pela administração, por confiar na sua honestidade no trato público. No último dia 1º de junho, com a realização da Operação Proximidade no prédio da prefeitura e na casa de alguns dos principais agentes políticos da cidade, esse fato foi lembrado em tribuna na Câmara.

A Oposição está bem melhor articulada que no último pleito, onde inclusive distribuíram um material informativo assinado em conjunto, nos bairros da cidade. O material inclui cópias das manchetes de diversos jornais falando da Operação Proximidade no Ministério Público, que apura supostos desvios de recursos públicos no contrato de prestação de serviço de limpeza urbana de Cachoeirinha.


O certo é que os próximos lances no tabuleiro de Xadrez político da cidade serão conhecidos em breve.


Por redação Info do Vale Notícias

Foto: divulgação













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